sábado, 12 de junho de 2010

A seleção dos brasileiros


Começou ontem o primeiro mundial na África. Mas começou é modo de dizer. As duas partidas de ontem valeram mais pela festa do que pelo futebol. Já os jogos de hoje aumentaram um pouco as expectativas de um bom mundial. Enquanto isso, o Brasil do Dunga se prepara para sua estréia, dia 15. Sim, Dunga fez questão de falar que a seleção brasileira é dele. E não somente falou como provou, ao impedir o povo brasileiro de ver seus ídolos. Mas já que a convocação está feita e ninguém pode fazer nada para mudar algo (nem mesmo jogar melhor do qualquer um que está lá), o que esperar do Brasil na Copa?

Primeiramente, vale lembrar que qualquer selecionado brasileiro feito por um sujeito consciente é no mínimo um time competitivo. Ao olhar para a lista de Dunga, é verdade que fica difícil imaginar um Brasil brilhante em campo, mas também é impossível imaginar uma seleção pífia como a de 2006. Pelo menos temos a garantia de muita raça e vontade.
E convenhamos, é necessário que o Brasil seja brilhante para ganhar uma copa do Mundo ? Em 1994 e 1998 o time esteve longe disso e chegou nas finais.

Porém, a convocação de Dunga abriu espaço para uma discussão envolvendo “momento” e “histórico”. Dunga privilegiou o histórico e ignorou completamente o momento vivido por cada jogador. Apesar de seu time ser, repito, competitivo, ele abriu espaço para situações que poderiam ser evitadas caso ele considerasse o momento dos atletas. Porque preocupar-se tanto em não levar gols quando poderíamos ter a garantia de gols do meio para frente e ainda ter a “superfesesa” que ele tanto preza?

Dunga fingiu não ver que Felipe Melo fez um péssimo campeonato Italiano pela Juventus, que Gilberto Silva não tem mais o mesmo vigor de 2002 e que Kléberson não vem jogando nada no Flamengo. Doni não jogará, porém porque levar o reserva do Roma em detrimento ao melhor goleiro do Brasil (Fábio)? Claro, temos que seguir sempre a “coerência” que Dunga tanto gosta. Victor vinha sendo chamado para todos os jogos e não fez nada para ficar de fora, ao mesmo tempo em que Doni não fez nada para merecer sua vaga. Grafite jogou 5 minutos pela seleção sob o comando de Dunga e ganhou a vaga de Adriano. Tardelli, que vinha sido chamado, jogou mais (em tempo e em qualidade) e ficou de fora. Coerência?

Concordo com Dunga ao deixar Neymar e Ronaldinho Gaúcho de fora. O primeiro é substituível na seleção, e o segundo já teve chances demais. Porém nada nesse mundo consegue me justificar a ausência de Paulo Henrique Ganso. Dunga afirma que Ganso não jogou sob seu comando e por isso não foi chamado. E Grafite? 5 minutos contra a Irlanda é jogar?

O time do Brasil é forte? Sim. É candidato a título? Sim. Porém poderia ser muito mais forte e muito mais candidato. Só dependia da “coerência” de Dunga. Mas essa é a nossa seleção para a Copa. Ela é nossa, Dunga. Ela pertence aos 190 milhões de brasileiros que te desejam toda a sorte do mundo para que suas teimosias funcionem na Copa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário