domingo, 20 de junho de 2010

Esse é o Brasil (do Dunga)


Brasil 3 x 1 Costa do Marfim. Mais do que isso, a classificação já está garantida. Não dependeremos de vencer Portugal sem Kaká para avançar às oitavas. Porém, o que fica de mais importante após a vitória é a constatação de que o Brasil que Dunga tanto quer ver está aparecendo. E vale a pena ressaltar: se não é um Brasil brilhante, é altamente eficiente.

O jogo começou com a Costa do Marfim pressionando a saída de bola do Brasil e, por consequência, com a seleção brasileira confusa e assustada. Com certeza Dunga esperava dos Marfinenses a mesma postura que mantiveram diante de Portugal, quando fizeram duas linhas de quatro e defenderam o tempo todo. Mas para surpresa geral, o time de Sven Goran-Eriksson não só marcava fortemente a seleção mas também agredia. Com isso, seu time teve alguns momentos de superioridade e domínio no início da partida. Até que apareceu a figura do craque: Kaká errou tudo que tentou até o momento que deixou Luís Fabiano sozinho com o goleiro, em jogada magistral. Fabuloso fez o que se espera dele: bicudo indenfensável. Esse é o resumo do que Dunga quer da seleção: pouca criatividade, firmeza atrás e mortalidade nas (poucas) chances que criar. A partir daí, o Brasil tomou as rédeas do jogo e terminou bem o primeiro tempo.

No segundo tempo, finalmente vimos uma atuação convicente da seleção em Copas desde 2006. Não foi o Brasil brilhante e criativo que desejamos, mas a seleção conseguiu convencer jogando no esquema de Dunga. O Brasil foi tão superior a ponto de colocar os africanos na roda, de modo que a Costa do Marfim esqueceu a bola e passou a bater. E como bateu. É inadimissível o árbitro não ter expulsado pelo menos 2 marfinenses. E o que dizer após o golaço do Fabuloso: dois chapéus dentro da área para concluir com maestria para o fundo das redes, após colocar a mão na bola duas vezes. Conforme eu disse, a superioridade brasileira era tanta e o adversário preocupava-se tanto em bater que nem reclamou do gol. Parecia conformado com a derrota. Tanto é que continuou batendo e esquecendo de jogar bola. Enquanto isso o Brasil continuava encima, até que Kaká mais uma vez deixou outro brasileiro na cara do gol. Elano não perdoou.

E tome butinada dos marfinenses. Em meio a isso, a defesa brasileira vacilou mais uma vez e Drogba colocou de cabeça no canto de Júlio César. E tome mais butinada. Kaká era provocado o tempo todo pelos adversários. Já tinha tomado um cartão. O mundo inteiro sabia que era arriscado ele perder a cabeça e tomar o vermelho. O mundo todo menos Dunga. Nessas horas o treinador peca pela nenhuma experiência que tem no seu cargo. Ao deixar Kaká em campo, com o resultado já definido, correu o risco de interromper a evolução física que o meia vem apresentando. Mas Kaká não fez nada. Pelo contrário, apanhou mais e foi expulso. Ridículo. Absolutamente lamentável o que fizeram o árbitro
Stéphane Lannoy e o time da Costa do Marfim. Um vexame.

Fim de jogo. Podemos dizer que o Brasil jogou bem no segundo tempo. Finalmente podemos dizer que o Brasil jogou bem. Dentro do esquema de Dunga, o que é o mais importante. Já que o esquema não vai mudar, é importante que a seleção cresça dentro dele. E isso claramente aconteceu hoje no Soccer City.



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