quarta-feira, 30 de junho de 2010

Chega de icógnitas


Pela primeira vez na temporada, o presidente Alexandre Kalil anuncia para a torcida a contratação de uma certeza, e não de uma icógnita.

"A tuitada que vocês estavam esperando! Diego Souza é do Galo!"

Fábio Costa é icógnita. Méndez também. Diego Souza é certeza de muito futebol. Craque de bola. Basta querer jogar.

Agora que tal pensar em laterais ?

Jogador problema


O caso do goleiro Bruno e o desaparecimento da estudante Eliza segue um mistério. Foram achadas marcas de sangue no carro do goleiro, e segundo a polícia, uma testemunha afirmou hoje que Bruno e Eliza foram vistos no sítio do jogador, juntos com sua criança. A resposta se o goleiro está ou não envolvido no sumiço da moça será dada com o desenrolar das investigações, mas este assunto remete a uma constante no meio do futebol: os chamados jogadores problema. Antes de mais nada, não estou dizendo que Bruno é inocente ou culpado, longe disso. Estou apenas me referindo a mais um episódio na carreira de um jogador de futebol brasileiro.

Casos com prostitutas, envolvimento com traficantes, brigas e até homicídios. Desde que o futebol se tornou uma fonte imensa de dinheiro, os problemas envolvendo jogadores e as citações acima aumentaram exponencialmente. E muitas das vezes, a origem dos problemas estão relacionadas à origem dos atletas. Jogadores de berço humilde, que de uma hora para outra se tornam milionários evoluem fisicamente, mas não psicologicamente. Passam a ter a sensação de que podem tudo, e acabam extrapolando todos os limites. É o caso de Adriano, que volta e meia anda envolvido com traficantes de uma favela no Rio, onde nasceu. Bruno disse para o Brasil todo ouvir que bater em mulheres acontece, faz parte do dia a dia. Para uma mente "normal", isso soa como um absurdo. Para uma mente possuída pelo poder que o dinheiro traz, isso é normal, acontece.

Claro que existem excessões. Porém, é triste constatar que o futebol se tornou mais do que uma disputa entre atletas, muito mais do que um simples entretenimento. Se tornou uma multinacional que busca cada vez mais, à medida que recebe cada vez mais. E com isso, o limite de até onde se pode ir vai ficando cada vez mais longe.

É um absurdo um sujeito ganhar 400 mil reais por mês para jogar futebol. Podem falar que ele ralou muito para chegar lá, que teve seus méritos. Concordo. Pode parecer chichê, porém tem gente que faz muito mais do que treinar todo dia, viajar o país inteiro de avião, ter um batalhão de gente à sua disposição e jogar bola, e para isso ganha muito menos. Essa é a realidade do futebol atual: ganância, falta de limites e consequentemente problemas. Claro que há excessões.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Que venha a Holanda


Deu a lógica: Brasil 3 x 0 Chile, sem nenhum problema, susto ou sofrimento. Era certo que Bielsa não mudaria a forma de jogar da seleção chilena, o que favoreceu o esquema de jogo do Brasil. O contra ataque foi fundamental.

Quando o jogo começou, o Brasil mostrou que já estava tudo ensaiado: deixou o Chile tocar pra lá e pra cá, esperou os chilenos virem para cima e aí sim dava o bote, tentando partir no contra ataque. Ramires e Daniel Alves deram ao time uma leveza que encantou, porém durou pouco tempo. Por incrível que pareça, o Brasil não jogava bem, não conseguia acertar os contra ataques. Mas a seleção tinha uma alternativa: a bola parada. Lúcio, Juan, Gilberto Silva esperavam o cruzamento dentro da área chilena, que Maicon fez com perfeição. Juan subiu e guardou. Brasil 1 x 0. A partir daí, a seleção cresceu, dominou o jogo, jogou como quis e ampliou ainda no primeiro tempo. Na segunda bola que recebeu dentro da área, Lúis Fabiano fez o que se espera dele: driblou o goleiro e colocou no fundo do gol. O Fabuloso não vinha bem no jogo, perdia bolas fáceis e errava passes. Porém o lugar dele é lá dentro da áerea. Lá ele não perde.

Veio o segundo tempo e a tônica do jogo não mudou. O Brasil absoluto e o Chile desesperado. Em grande jogada de Ramires, Robinho (que está devendo) ampliou. Incrível como a entrada de Ramires fez bem para a seleção. Aliás, a saída de Felipe Melo por sí só já ajudou. Porém, Dunga insistiu no mesmo erro que rendeu um cartão vermelho para Kaká contra a Costa do Marfim: teimou em deixar Ramires, Kaká e Juan em campo, todos pendurados. Com 3 x 0. Contra o Chile. E não deu outra: Ramires fez falta desnecessária e tomou o segundo amarelo, desfalcando a seleção para o jogo duríssimo contra a Holanda. Fará muita falta.

Brasil e Holanda tem tudo para ser um dos grandes jogos da Copa, e quem sabe o jogo da Copa. Espera-se uma Holanda que venha pra cima, o que é bom para os brasileiros. Porém, a qualidade ofensiva dos europeus é superior à todos os times que o Brasil jogou nas eliminatórias e na Copa até agora, com excessão dos argentinos. Jogo duríssimo. O vencedor estará na final da Copa. Espero que seja o Brasil.

Observações:

Kaká mais uma vez mostrou que está evoluindo e muito a cada jogo. Ele sabe que o Brasil depende dele. E não existe zagueiro igual a Lúcio.

domingo, 27 de junho de 2010

O dia que o apito ocultou o futebol

Após dois jogos de tirar o fôlego, é triste que os comentários pós-jogos sejam a respeito da arbitragem, e não relacionados com os golaços e belas jogadas que testemunhamos hoje na Copa da África. Mas a verdade é que no dia 27 de junho de 2010, no Free State Stadium, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo, o árbitro uruguaio Jorge Larrionda cometeu um dos maiores e mais absurdos erros já vistos na história das copas. Erro de significância comparável com o gol de mão de Maradona encima da Inglaterra em 1986. Mais tarde, no Soccer City, o italiano Roberto Rossetti também faria feio. Vamos por partes.

Alemanha 4 x 1 Inglaterra

No início da partida, a Alemanha simplesmente não tomou conhecimento da quadrada Inglaterra. Tocava, chutava e chegava como queria. E fez dois gols com extrema facilidade. Poderia ter feito pelo menos mais dois, mas pecou nas finalizações. Mas bastou o goleiro Neuer mostrar que de Oliver Kahn ele não tem nada, e Upson diminuiu de cabeça. Um gol "achado" pelo time inglês, que até então não fazia nem idéia qual era a cor da Jabulani. Dois minutos depois, Lampard encobre o goleiro alemão. Golaço. Sensacional. Os narradores todos gritam gol. Os ingleses comemoram. Os alemães lamentam. Mas Jorge Larrionda e seu auxiliar não marcam o gol que mudaria a história da partida. Se um gol incendiou a Inglaterra, imagine dois. Mas não. Segue 2 x 1 Alemanha, fim de primeiro tempo. Um absurdo.

Na volta para o segundo tempo, a Inglaterra continuou encima. Pressionou, meteu bola na trave. Mas os alemães são muito rápidos, habilidosos e criativos. Aproveitaram os dois contra ataques que tiveram, decretando a goleada. Uma bela atuação da Alemanha no melhor jogo da Copa, mas que infelizmente ficará marcado pelo absurdo que deveria render a Larrionda o fim da profissão de soprador de apitos.

Argentina 3 x 1 México

Conforme previsto, a Argentina teve alguns problemas com o México. Tomou bola na trave, teve bola raspando seu gol e estava acuada. Porém, aos 25 minutos, Tévez dividiu com o goleiro Perez, Messi pegou o rebote, achou Tévez completamente e absurdamente impedido, que colocou para o fundo do gol. O impedimento foi tão escandaloso que o auxiliar Stefano Ayroldi, que estava muitíssimo bem colocado e não tinha como não ver a posição de Tévez, parece que foi informado na mesma hora através de seu ponto que ele havia mudado a história de uma partida de forma grotesca. Ao ser cercado pelos mexicanos, ele pouco deu importância para o árbitro da partida e parecia conversar com pessoal de fora, olhando para o vazio. Cena impagável.

O México desmoronou. A ponto de Osório assustar-se com Messi, que estava à metros de distância, e dar a bola de graça para Higuaín abrir 2 x 0. Tévez ampliou com um golaço que machucou até a Jabulani. O México descontou, mas parou por aí. Outra boa partida dos comandados de Maradona, entretanto Messi não jogou como de costume. Mas nem precisou, o árbitro resolveu ajudar los hermanos.

Teremos agora a reedição a final da Copa de 1990, onde prevaleceram as retrancas e o pragmatismo com a bola. Desta vez, ambos vem com mentalidade diferente: jogam pra cima, sempre em busca do gol. Será um jogo e tanto. Alemanha 3 x 2 Argentina, com decisão na prorrogação.

sábado, 26 de junho de 2010

Banco ? Que banco ?


O primeiro tempo de Brasil e Portugal deve ter deixado Dunga até satisfeito. Embora o time não tenha feito gols, o Brasil teve bastante posse de bola, desperdiçou algumas chances, jogando burocraticamente. Ou Dungamente. Porém, ficou exposto ao mundo que temos que rezar muito para a recuperação de Kaká, Robinho e até mesmo Elano. Sim, Elano fez falta.

Quando o Brasil enfrenta uma forte marcação, estamos cansados de saber que temos muitas dificuldades. Na maioria das vezes, o gol sai em uma jogada individual. Muitas das vezes dos pés de Kaká e Robinho. Sem eles, a seleção brasileira parecia um time extremamente ordinário, sem diferencial. É claro, empatava com Portugal de Cristiano Ronaldo, porém a Costa do Marfim também empatou. Dunga lançou em campo: Daniel Alves, Júlio Baptista e Nilmar. O primeiro joga demais, porém não vem entrando bem. Mas mesmo assim é muito melhor do que o limitado Michel Bastos na esquerda. O segundo não tem as caracterísiticas que se espera de um substituto de Kaká. Ganso tem. Ganso resolveria. Mas Ganso não foi à África. Nilmar foi o único que se salvou na primeira etapa: correu, driblou, chutou, lutou como verdadeiro guerreiro.

Outro capítulo à parte foi o destempero de Felipe Melo. Desde sua "entrevista" para a ESPN Brasil, quando foi questionado sobre sua má fase e desligou o telefone, ele mostra que não tem cabeça para ser titular da seleção. E convenhamos, futebol ele também não tem. Foi sacado por Dunga, que dessa vez acertou. O cartão vermelho era inevitável.

No intervalo, os portugueses perceberam o que era óbvio: o Brasil não conseguiria furar o bloqueio imposto na etapa inicial. Pode-se dizer até que a seleção lusitana foi medrosa nos primeiros 45 minutos. Ao constatar a realidade, o time de Carlos Queiroz esqueceu o medo e foi para cima dos Brasil no segundo tempo. Era tudo que a seleção queria: espaços para o contra ataque. Mas quem puxaria os contra ataques ? Josué ? Gilberto Silva ? Júlio ? Sem Kaká e Robinho, a principal arma da seleção de Dunga deixou de existir. Com isso Portugal assentou-se no campo de ataque e sufocou a seleção, que só não tomou gol porque Júlio César é o melhor do planeta. Dunga esbravejava, gesticulava, pulava a beira do campo. Até que adiantou: o Brasil conseguiu diminuir o ímpeto de Portugal, mas não chegava ao ataque. E foi assim até aos 37 minutos, quando Dunga resolveu tirar Júlio Baptista para colocar Ramires. Aos 37 do segundo tempo. Júlio vinha mal desde os 2 segundos do primeiro tempo. Mas saiu aos 37 minutos da etapa final. Coisas do Dunga.

Lição final: o Brasil não tem solução para alguns problemas que pode vir a enfrentar, como por exemplo a ausência de Robinho e Kaká. Com eles, somos favoritos. Sem eles, continuaríamos favoritos caso tivéssemos Ganso no banco. Sem nenhum deles, somos um time normal e previsível.

E um último comentário: Lúcio é simplesmente fenomenal. Colocou Cristano Ronaldo no bolso.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pitacos da Copa

1. Anelka tem razão

E não é que no final o atacante francês tinha razão quando mandou Raymond Domenech para aquele lugar? Para fechar com chave de ouro a série de besteiras que fez na Copa (e antes dela), o infeliz treinador cometeu umas das maiores grosserias que se já se viu na história das Copas. Segundo Domenech, Carlos Alberto Parreira criticou a classificação da França para a Copa devido ao lance de mão de Henry, por isso se recusou a cumprimentá-o. Mas quem não criticou? Mesmo que Parreira tenha criticado, não é justificativa para tamanha idiotice.

O técnico que deixou Viera e Benzemar de férias e Thierry Henry no banco volta para casa menos querido do que já era.

2. USA, UP !! England, DOWN !!

Quem diria que os Estados Unidos deixariam para trás em seu grupo a toda poderosa Inglaterra ? Até os acréscimos da partida de hoje contra a Argélia, ninguém. Mas Donovan colocou o time da rainha no caminho dos Alemães, o primeiro grande clássico da Copa. Nenhuma das duas seleções foi brilhante até o momento, apesar da Alemanha ter tido uma bela atuação contra a fraca Austrália. A Inglaterra hoje ameaçou mostrar futebol, mas ficou só na ameaça. Apostar em qualquer resultado é loucura. Mas para não ficar encima do muro, vamos lá: 3 x 1 Alemanha.

Já os americanos mostraram mais uma vez que não vieram à Copa a passeio. Empataram com a Inglaterra, viraram contra a Eslovênia (porém o juiz preferiu o empate) e cumpriram a obrigação contra a Argélia. E deve passar por Gana, únicos africanos que ainda não foram embora para casa que, diga-se de passagem, está bem perto.

3. Acabou a brincadeira, Dieguito !

Nesta mesma fase (oitavas) em 2006, os mexicanos dava adeus à Copa ao perder de los hermanos. A Argentina é a única seleção que encantou até agora, e também pudera: Messi está arrebentando com a bola. Porém, vale lembrar que a Argentina de Maradona só enfrentou babas até agora: Nigéria, Coréia do Sul e Grécia. Cumpriu com suas obrigações, é verdade, porém o México promete dar mais trabalho do que qualquer uma dessas três. Mas nada que Messi num dia de Messi não resolva. Argentina nas quartas , 2 x 0.

4. Relembrando 2006 ...

As vésperas do esperado duelo contra Portugal, o capitão Lúcio disse que Cristiano Ronaldo não receberá marcação individual. Nas próprias palavras do zagueiro: "É um grande jogador mas eu acredito muito mais em uma marcação coletiva, cada uma na sua zona. A nossa forma de marcar e jogar deve ser imposta em campo." Nunca é demais relembrar que os brasileiros adotaram a mesma postura diante de Zidane em 2006. E Zizu colocou o Brasil no bolso. Cristiano Ronaldo não é nenhum Zidane, porém merece a mesmíssima atenção que o francês merecia na Copa passada.

Dunga acena com as entradas de Daniel Alves e Júlio Baptista. Que bom seria ler: Dunga acena com as entradas de Daniel Alves e Ganso. Perdemos a genielidade de Kaká, porém Daniel Alves também joga muita bola e merece ser titular em qualquer seleção do mundo.

Os Portugueses estão mordidos com a goleada de 6 x 2 que sofreram em 2008. Estão praticamente classificados, mas desejam a primeira posição do grupo. Tomaram 1 gol em 9 meses. Jogo pra lá de complicado. 2 x 1 Brasil . Ainda bem que já estamos nas oitavas.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A guerra pessoal de Dunga


Quando o Brasil perdeu para a Argentina e deu adeus ao mundial de 1990, os críticos trataram de eleger um responsável pelo fracasso: o meia Dunga. Não tenho nem idéia do que é ser eleito pelo seu país como protagonista de uma desgraça, mas suponho que é no mínimo traumatizante. Para Dunga com certeza foi, tanto é que o técnico continua em sua cruzada contra a imprensa. O episódio de ontem foi exemplo clássico de um sujeito traumatizado pelas críticas: bastou Alex Escobar balançar a cabeça negativamente que Dunga saiu do sério, a ponto de ignorar as outras perguntas e ficar olhando fixo para Escobar, repetindo: "merda, tú é um cagão". Qualquer sinal de desafio ou questionamento que Dunga enxerga em seus inimigos dá início a um round de pacandarias verbais.

Eu respeito o desgosto que Dunga tem pela imprensa, pois nunca saberei como ele se sentiu em 1990. E concordo com o treinador quando ele diz que a imprensa muitas vezes é maldosa, tenta plantar informações e coisas do tipo. Porém, Dunga tem de lembrar que seus problemas pessoais não podem ser misturados com seus atributos profissionais. Durante os quase quatro anos que ele está no comando da seleção, ele usa suas coletivas com intuito de descontar todo seu rancor para cima de jornalistas que não tem nada a ver com o que houve em 1990. E vale lembrar que em 1994, esta mesma imprensa o elegeu como o "capitão do tetra" e o colocou com símbolo de raça e liderança da seleção brasileira.

Em 1998, Cafú foi vaiado e ofendido por mais de 100 mil pessoas no Maracanã, o que levou sua família às lágrimas no estádio. Quando o lateral levantou o troféu da FIFA em 2002, ele disse para o mundo inteiro: "Regina eu te amo". Já Dunga fez questão de xingar meio mundo quando ergueu o caneco em 1994.

A seleção brasileira não é palco para Dunga realizar sua jihad contra a imprensa. Aceitar as críticas e escutar besteiras fazem parte do cargo mais cobiçado do meio esportivo: o de técnico da maior seleção do mundo.

domingo, 20 de junho de 2010

Esse é o Brasil (do Dunga)


Brasil 3 x 1 Costa do Marfim. Mais do que isso, a classificação já está garantida. Não dependeremos de vencer Portugal sem Kaká para avançar às oitavas. Porém, o que fica de mais importante após a vitória é a constatação de que o Brasil que Dunga tanto quer ver está aparecendo. E vale a pena ressaltar: se não é um Brasil brilhante, é altamente eficiente.

O jogo começou com a Costa do Marfim pressionando a saída de bola do Brasil e, por consequência, com a seleção brasileira confusa e assustada. Com certeza Dunga esperava dos Marfinenses a mesma postura que mantiveram diante de Portugal, quando fizeram duas linhas de quatro e defenderam o tempo todo. Mas para surpresa geral, o time de Sven Goran-Eriksson não só marcava fortemente a seleção mas também agredia. Com isso, seu time teve alguns momentos de superioridade e domínio no início da partida. Até que apareceu a figura do craque: Kaká errou tudo que tentou até o momento que deixou Luís Fabiano sozinho com o goleiro, em jogada magistral. Fabuloso fez o que se espera dele: bicudo indenfensável. Esse é o resumo do que Dunga quer da seleção: pouca criatividade, firmeza atrás e mortalidade nas (poucas) chances que criar. A partir daí, o Brasil tomou as rédeas do jogo e terminou bem o primeiro tempo.

No segundo tempo, finalmente vimos uma atuação convicente da seleção em Copas desde 2006. Não foi o Brasil brilhante e criativo que desejamos, mas a seleção conseguiu convencer jogando no esquema de Dunga. O Brasil foi tão superior a ponto de colocar os africanos na roda, de modo que a Costa do Marfim esqueceu a bola e passou a bater. E como bateu. É inadimissível o árbitro não ter expulsado pelo menos 2 marfinenses. E o que dizer após o golaço do Fabuloso: dois chapéus dentro da área para concluir com maestria para o fundo das redes, após colocar a mão na bola duas vezes. Conforme eu disse, a superioridade brasileira era tanta e o adversário preocupava-se tanto em bater que nem reclamou do gol. Parecia conformado com a derrota. Tanto é que continuou batendo e esquecendo de jogar bola. Enquanto isso o Brasil continuava encima, até que Kaká mais uma vez deixou outro brasileiro na cara do gol. Elano não perdoou.

E tome butinada dos marfinenses. Em meio a isso, a defesa brasileira vacilou mais uma vez e Drogba colocou de cabeça no canto de Júlio César. E tome mais butinada. Kaká era provocado o tempo todo pelos adversários. Já tinha tomado um cartão. O mundo inteiro sabia que era arriscado ele perder a cabeça e tomar o vermelho. O mundo todo menos Dunga. Nessas horas o treinador peca pela nenhuma experiência que tem no seu cargo. Ao deixar Kaká em campo, com o resultado já definido, correu o risco de interromper a evolução física que o meia vem apresentando. Mas Kaká não fez nada. Pelo contrário, apanhou mais e foi expulso. Ridículo. Absolutamente lamentável o que fizeram o árbitro
Stéphane Lannoy e o time da Costa do Marfim. Um vexame.

Fim de jogo. Podemos dizer que o Brasil jogou bem no segundo tempo. Finalmente podemos dizer que o Brasil jogou bem. Dentro do esquema de Dunga, o que é o mais importante. Já que o esquema não vai mudar, é importante que a seleção cresça dentro dele. E isso claramente aconteceu hoje no Soccer City.



Brasil x Costa do Marfim


É hoje o primeiro grande teste da nossa seleção na Copa: enfrentar o time de Drogba e compania. O resultado desse jogo é de suma importância para a classificação brasileira, pois tanto Portugal quanto Costa do Marfim devem vencer a fraquíssima Coréia do Norte, e tenho minhas dúvidas se tomarão gol, façanha que o Brasil conseguiu. Caso o Brasil empate hoje com os africanos e Portugal faça o que se espera deles contra os asiáticos, teremos um tríplice empate no grupo. Por isso não poderíamos ter tomado gol.

Mas nada disso importa se o Brasil vencer o jogo de hoje. A tarefa será mais árdua do que na estréia, uma vez que a Costa do Marfim já disse de todas as formas que entrará fechadíssima contra o Brasil. E para complicar as coisas, dessa vez o contra ataque é muito perigoso. Drogba dispensa comentários, e Kalu corre demais.

Caso seja esse o cenário, resta ao Brasil fazer o que até hoje não conseguiu na era Dunga: furar retrancas. Mas é Copa do Mundo, hora de superar as próprias dificuldades. Portanto, meu palpite hoje mescla um pouco da razão com o sentimento de torcedor: 2 x 0 Brasil .

sexta-feira, 18 de junho de 2010

As zebras desfilam na África



Que dia na África. Nem os mais pessimistas dos alemães, yankees e ingleses devem estar acreditando no que viram hoje. USA 2 x 2 Eslovênia, Inglaterra 0 x 0 Argélia e Alemanha 0 x 1 Sérvia.

Junto com a Argentina, a Alemanha foi o único "papão" elogiado pela sua atuação na primeira rodada. É verdade que enfrentou uma fraquíssima Austrália, mas fez o que outras grandes não conseguiram fazer encima das miúdas: golear. Já a sempre poderosa mas raramente eficiente Inglaterra conseguiu colocar em cheque sua classificação para as oitavas. E por último, o árbitro Koman Coulibaly impediu os Estados Unidos de aplicar uma bela virada sobre a Eslovênia, ao anular gol legítimo (e muito) de Edu. Caso os Estados Unidos não passe de fase por conta desses pontos, a FIFA deveria mandar o senhor Coulibaly embora da Copa junto com o time norte americano. Simplesmente inaceitável um erro bisonho desse em uma partida de Copa do Mundo.

Mas no final das contas, ainda acredito um pouco na pouca lógica que ainda existe no futebol, logo creio que Inglaterra e Estados Unidos passam de fase. A Alemanha também passa por Gana e garante presença no mata mata.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

O castigo vem a cavalo ! Au revoir !


É incrível a "montanha russa" que caracteriza as campanhas da seleção francesa nas Copas do Mundo. Em 1998, foi campeã com autoridade encima da seleção Brasileira. Em 2002, caiu na primeira fase sem marcar sequer um gol. Em 2006, fez a final contra a Itália e só não ganhou porque Zidane perdeu a cabeça. Agora, em 2010, vai repetindo a façanha de 2002: nenhum gol até então, empatou com Uruguai e perdeu para o México. Sensacional a atuação dos mexicanos hoje: não deram nenhuma chance para "Les bleus". Vitória com V maísculo. Salvo um milagre, a França está fora da Copa na qual nem deveria ter entrado. Não fosse o gol vergonhoso de Henry contra a Irlanda, quando o árbitro não deu o toque de mão clarríssimo do atacante, os franceses não protagonizariam o iminente vexame. Parece castigo não ? Thierry Henry que o diga: assistiu do banco seu time correndo desordenadamente atrás do gol que ainda não veio nessa Copa.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Abre aspas para Kléber e cia

"Estou voltando para a minha casa. E isso só foi possível pelo grande trabalho do Belluzzo (presidente do Palmeiras) e do Cipullo (vice-presidente de futebol) e dos torcedores que ajudam financeiramente o clube. Estou voltando para um clube no qual eu nunca deveria ter saído."

( apresentação no Palmeiras dia 09/06/2010)

"Acho que eu estou começando a pensar que vou ter que ir embora do Brasil, porque eu não consigo trabalhar no meu país mais. Às vezes fico pensando que está na hora de ir embora mesmo, de ir jogar lá fora."
(após pisar em Lauro e ser expulso em 7/06/2009)

"Não estou feliz aqui como antes, mas vou ficar até o meu contrato acabar."

(após ser vaiado na derrota para o Palmeiras, em 23/09/2009)

"Eu ainda não falei com ele, não teve ameaça. Mas se chegou a esse nível ele vai querer ir embora."

(Giuseppe Dioguardi, procurador de Kléber, em 23/09/2009)


E agora, após sua apresentação no Palmeiras. Kléber disse:

“Eu não queria ter saído, tanto é que no dia da minha apresentação (ao Palmeiras), eu falei na frente de todo mundo. ‘Olha, eu não pedi para sair do Cruzeiro’. E eu não sairia do Cruzeiro se tivesse uma conversa com o Zezé, se a gente tivesse ajustado algumas coisas, eu não sairia.”

( entrevista para a TV Horizonte dia 14/06/2010)

Se alguns acreditam que Kléber não queria ter saído do Cruzeiro, não me incluo no meio deles.







Esse filme nós já conhecemos ...


A estréia do Brasil na Copa da África foi exatamente aquilo que se previa: os norte coreanos totalmente retrancados e os brasileiros com dificuldades para jogar. Porém a superioridade técnica da seleção Brasileira falou mais alto, e o Brasil venceu mais uma vez na sua estréia: 2 x 1, gols de Maicon e Elano.

Confesso que nunca imaginei este placar para este jogo, talvez pelo fato de não acreditar que a seleção pudesse ter uma atuação tão ruim como foi o primeiro tempo. Nos primeiros 45 minutos ficou claro que a seleção de Dunga não consegue jogar contra adversários fechados. Aconteceu várias vezes nas eliminatórias e hoje foi a mesma história. E não se pode culpar o nervosismo da estréia, pois em momento algum os comandados de Dunga mostraram sentir psicologicamente a ocasião. O que aconteceu foi o replay do que já conhecemos (e provavelmente o resto do mundo também): um meio campo com Felipe Melo e Gilberto Silva é extremamente apático. O único destaque da seleção na primeira etapa foi Robinho, que procurou o jogo e as arrancadas. No mais, a seleção parecia jogar contra a Tanzânia: lenta, sem objetividade e até tomou um susto ou outro. Com isso, o time se tornou previsível e fácil de ser marcado. Ou a bola era jogada para Maicon tentar o cruzamento pela direita ou Robinho tentava o drible para entrar na área. Mais nada.

Veio a segunda etapa e com ela a expectativa por mudanças. Porém, Dunga manteve em campo a mesma equipe que começou o jogo e terminou o primeiro tempo. Mas a postura do time mudou totalmente (mérito para o comandante). Kaká passou a ser mais acionado e teve alguns lampejos, Robinho seguiu correndo muito e até Felipe Melo melhorou um pouco. Mesmo jogando mal, o Brasil passou a criar algumas chances, porém a maioria de fora da área. Furar o bloqueio asiático continuava difícil, até que Elano deu passe majistral para Maicon enganar o goleiro e marcar o primeiro gol brasileiro na Copa. A seleção continuou pressionando até que Elano matou o jogo, aos 27 do segundo tempo, em passe mais majistral ainda de Robinho. A vitória estava tão garantida que Dunga mandou o time pra frente, colocando Daniel Alves, Nilmar e Ramires. Porém ninguém contava que o setor mais forte da seleção fosse o responsável pelo grande vacilo do dia: num lançamento de 50 metros, Yun Nam entrou como quis na defesa brasileira e colocou no canto esquerdo de Júlio César. Em um grupo que tem Portugal de Costa do Marfim, tomar gol da Coréia do Norte no fim do jogo é inaceitável. Não havia tempo para mais nada. Vitória do Brasil, líder do grupo G.

É claro que a impressão que ficou foi de uma má estréia. Mas também temos alguns pontos positivos a destacar:

. A (surpreendente) postura ofensiva de Dunga no segundo tempo, ganhando de 2 x 0 e querendo mais gols.
. No segundo tempo, mesmo ainda estando léguas de distância do que pode render, Kaká procurou mais o jogo e foi outro jogador em relação ao primeiro tempo.
. Dunga reconheceu na coletiva que o time precisa melhorar e admitiu que não ficou satisfeito com a atuação.
. Maicon e Robinho estão com muita fome de bola.

Mesmo repetindo os mesmos erros que acustumamos a ver, temos que reconhecer que esta é a rotina do Brasil. Faz grandes jogos contra os grandes e jogos ruins contra os pequenos. Vimos este filme seguidas vezes (eliminatórias, Copa América e Copa das Confederações). Nas três ocasiões o final foi feliz. Resta torcer para que desta vez ele também seja. Continuo com minha opnião de que somos os grandes favoritos para ganhar a Copa.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Palpite para logo mais


Faltam poucas horas para a estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo 2010. Com certeza todos os jogadores estão com aquele friozinho na barriga. Estréias são bem complicadas, ainda mais se tratando de uma Copa do Mundo. Todo o trabalho de 4 anos de uma comissão técnica com seus jogadores visam este momento. Uma boa estréia aliviará 190 milhões de pessoas, que estão no mínimo curiosas sobre como se comportará a contestada porém eficiente seleção de Dunga. Já uma má atuação logo mais reforçará o coro de teimoso para cima do técnico.

Mas vamos ao jogo. Confesso não conhecer NADA sobre o time da Coréia do Norte. Mas pelo que não se ouve falar deles, é possível deduzir que todos os setores (defesa, meio e ataque) do Brasil são infinitamente superiores. Porém, nas eliminatórias, vimos o Brasil sofrer diversas vezes com times fracos, que se postam sempre atrás da linha da bola e fecham completamente a defesa. Quando é atacada, a seleção se sai muito bem, como aconteceu na Copa das Confederações. Todavia, quando cabe aos brasileiros furar uma retranca, o que vimos fomos jogos horríveis. E sou capaz de apostar alto que esta será a postura dos norte coreanos, assim como Dunga aposta. Por isso acredito que ele preparou seu time para isso. Por mais que os asiáticos tenham declarado não temer o Brasil e que podem sim ganhar o jogo, me surpreenderá demais se a Coréia se lançar para o ataque.

Com tudo isso, fica aí o meu palpite: 3 x 0 para o Brasil, sem brilhantismo mas com folga, assim como foi contra Zimbábue e Tanzânia.

sábado, 12 de junho de 2010

A seleção dos brasileiros


Começou ontem o primeiro mundial na África. Mas começou é modo de dizer. As duas partidas de ontem valeram mais pela festa do que pelo futebol. Já os jogos de hoje aumentaram um pouco as expectativas de um bom mundial. Enquanto isso, o Brasil do Dunga se prepara para sua estréia, dia 15. Sim, Dunga fez questão de falar que a seleção brasileira é dele. E não somente falou como provou, ao impedir o povo brasileiro de ver seus ídolos. Mas já que a convocação está feita e ninguém pode fazer nada para mudar algo (nem mesmo jogar melhor do qualquer um que está lá), o que esperar do Brasil na Copa?

Primeiramente, vale lembrar que qualquer selecionado brasileiro feito por um sujeito consciente é no mínimo um time competitivo. Ao olhar para a lista de Dunga, é verdade que fica difícil imaginar um Brasil brilhante em campo, mas também é impossível imaginar uma seleção pífia como a de 2006. Pelo menos temos a garantia de muita raça e vontade.
E convenhamos, é necessário que o Brasil seja brilhante para ganhar uma copa do Mundo ? Em 1994 e 1998 o time esteve longe disso e chegou nas finais.

Porém, a convocação de Dunga abriu espaço para uma discussão envolvendo “momento” e “histórico”. Dunga privilegiou o histórico e ignorou completamente o momento vivido por cada jogador. Apesar de seu time ser, repito, competitivo, ele abriu espaço para situações que poderiam ser evitadas caso ele considerasse o momento dos atletas. Porque preocupar-se tanto em não levar gols quando poderíamos ter a garantia de gols do meio para frente e ainda ter a “superfesesa” que ele tanto preza?

Dunga fingiu não ver que Felipe Melo fez um péssimo campeonato Italiano pela Juventus, que Gilberto Silva não tem mais o mesmo vigor de 2002 e que Kléberson não vem jogando nada no Flamengo. Doni não jogará, porém porque levar o reserva do Roma em detrimento ao melhor goleiro do Brasil (Fábio)? Claro, temos que seguir sempre a “coerência” que Dunga tanto gosta. Victor vinha sendo chamado para todos os jogos e não fez nada para ficar de fora, ao mesmo tempo em que Doni não fez nada para merecer sua vaga. Grafite jogou 5 minutos pela seleção sob o comando de Dunga e ganhou a vaga de Adriano. Tardelli, que vinha sido chamado, jogou mais (em tempo e em qualidade) e ficou de fora. Coerência?

Concordo com Dunga ao deixar Neymar e Ronaldinho Gaúcho de fora. O primeiro é substituível na seleção, e o segundo já teve chances demais. Porém nada nesse mundo consegue me justificar a ausência de Paulo Henrique Ganso. Dunga afirma que Ganso não jogou sob seu comando e por isso não foi chamado. E Grafite? 5 minutos contra a Irlanda é jogar?

O time do Brasil é forte? Sim. É candidato a título? Sim. Porém poderia ser muito mais forte e muito mais candidato. Só dependia da “coerência” de Dunga. Mas essa é a nossa seleção para a Copa. Ela é nossa, Dunga. Ela pertence aos 190 milhões de brasileiros que te desejam toda a sorte do mundo para que suas teimosias funcionem na Copa.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

SIM para a Copa DO Brasil ... NÃO para a Copa NO Brasil


Enquanto a novela dos estádios não termina, o Brasil vai se preparando para a Copa 2014 bem ao seu estilo: conversa pra lá, política pra cá, favores pra lá e promessas para todo lado. Opor-se a realização do mundial em nossa terra soa para muitos com criticismo, falta de patriotismo ou até mesmo como uma ofensa à nação. Porém fatos são fatos e história é história. O Brasil não tem a menor condição (ou até mesmo o direito) de sediar uma Copa do Mundo.

Quando digo que o país não tem o direito de realizar o evento, refiro-me ao fato de que o governo não tem o direito de gastar o dinheiro que vem dos nossos bolsos (contribuintes) para a construção dos estádios e da estrutura que a Copa exige. Já está mais do que claro que todos os planos do governo brasileiro sustentam-se na verba pública, ao contrário do mundo sério, onde a iniciativa privada assume as rédeas do processo.

E por falar em estrutura, e nossos aeroportos? Guarulhos, o maior (em termos de tráfego) e mais importante do Brasil, é uma pocilga. Extremamente mal planejado, nada funcional, ultrapassado e mal localizado. Como os terminais não comportam mais o volume de passageiros, achou-se a solução: construir um "puxadinho" aonde ficam os antigos hangares da VASP e Transbrasil. Alguém já viu isso na Inglaterra? Nos Estados Unidos? É só aqui mesmo !

Talvez o ponto mais crítico seja a politicagem. Muito se tem dito que sediar a Copa será uma oportunidade para o país aprender e crescer. Vários especialistas defendem a tese de que, se a fiscalização aumentar e a leis forem cumpridas com rigor, o Brasil realizará um evento fenomenal. Mas a história nos leva a crer no oposto. A mentalidade de nossos governantes faz com que a chance para crescer e aprender seja ofuscada pela oportunidade de faturar e desviar mais. Mesmo que a Copa seja um sucesso, tenha certeza de que você pagará (e muito) por isso.

Perdoe-me os mais otimistas, mas é difícil de acreditar em um país onde Clodovil era deputado, cueca é cofre, mensalão é mesada e Lula é presidente há 8 anos. Que tal ficarmos somente com a Copa do Brasil e deixar a Copa no Brasil para quando formos maduros o suficiente para realizá-la ?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alexi Stival é o novo técnico do Cruzeiro


O começo de semana foi movimentado na Toca da Raposa. O Cruzeiro anunciou, por meio de seu site, que seu técnico até o final de 2011 é Alexi Stival, o Cuca. Ficou bem claro que Cuca nunca esteve no topo da lista de Zezé Perrella. O clube tentou trazer Joel Santana, Ney Franco, Parreira e até sondou Fossati.

Cuca fez excelentes trabalhos em alguns times do Brasil. Classificou o Goiás para a copa Sulamericana de 2003. Em 2004, no São Paulo, montou a base do time que foi campeão da Libertadores e do Mundial em 2005. Ano passado, teve grande influência na impossível arrancada do Fluminense rumo a permanência na série A. Porém, falta a Cuca títulos na bagagem. Seu primeiro e talvez único título de expressão foi o campeonato carioca de 2009, quando treinava o Flamengo. Tendo em vista que os maiores erros de Adílson Batista ocorreram nos momentos de decisão de campeonatos, esperava-se que o Cruzeiro investisse em um técnico reconhecidamente ganhador, cuja experiência em conquistar títulos pudesse ajudar o time nos momentos em que Adílson mais pecou. Mas que venha o Cuca. Que ele possa crescer junto com o Cruzeiro e, junto com as outras contratações da diretoria, recolocar o time no caminho certo. Quem sabe não chegou a vez de Cuca passar para o clube dos "campeões" ?

Enquanto alguns chegam, outros saem. Fernandinho e Guerrón deram adeus ao Cruzeiro. Os dois vinham tendo chances porém jogando muito mal. Especula-se que Guerrón possa reforçar (??) o Galo e que Corrêa possa ir para o Cruzeiro. Sorte de uns, azar (ou burrice) de outros.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mais um para o gol do Galo


O Atlético oficializou na noite de hoje a contratação do goleiro Fábio Costa, que estava encostado no Santos. Fábio Costa foi destaque no Vitória e no próprio time santista em 2002, quando os meninos da Vila conquistaram o Campeonato Brasileiro encima do Corinthians.

Mas vejamos os fatos: Fábio Costa está encostado em um time que tem Felipe como titular (todo jogo comete pelo menos uma falha bisonha). Além disso, Fábio Costa é uma pessoa de caráter no mínimo duvidoso. Já teve diversos problemas dentro e fora dos gramados. E para fechar a conta, seu nível técnico atual não justifica tirar Aranha ou Carini do gol alvinegro.

Aranha, Carini, Marcelo, Fábio Costa ... quem será o próximo? Que tal Magrão, do Sport ? Resolveria o problema ... Ou quem sabe dar uma chance para Renan Ribeiro. Bruno e Diego, os dois últimos goleiros de verdade que o Atlético teve, tiveram a sua e aproveitaram.

domingo, 6 de junho de 2010

Galo passa a Copa na zona


Foi difícil assistir até o final. Galo e Ceará fizeram um dos piores jogos do ano no Mineirão, que fecha hoje e reabre em Janeiro de 2013.

O Atlético contou com o retorno de Aranha no gol, mostrando que a diretoria ainda não resolveu a novela dos goleiros, que teve início com a negociação de Diego com o Almeria, em 2007. Enquanto não aprender a sair do gol e a chutar a bola, Aranha não serve para o gol do Galo. Luxemburgo também escalou Jataí e improvisou Diego Macedo no meio. Os dois foram muito mal: Jatái errou tudo que tentou e Diego Macedo se mostrou completamente perdido na sua nova posição. Com tudo isso e um pouco mais, o primeiro tempo do Atlético foi, como gosta de dizer Lélio Gustavo, péssimo dos péssimos. Somente aos 34 minutos, o lateral-direito Coelho chutou de canhota a primeira bola em gol do Atlético no jogo. Antes disso, o Ceará teve pelo menos duas boas chances para abrir o marcador, o que acabou acontecendo aos 10 minutos do segundo tempo. A partir daí, o Galo foi pra cima, porém demonstrou mais uma vez tudo aquilo que irrita sua torcida: falta de criatividade, erros ridículos de passe e "sonolência" de alguns jogadores. O Ceará esteve bem mais perto do segundo gol do que o Atlético esteve do empate. Ao final do jogo, a torcida (que apoiou o time durante o jogo inteiro, mesmo após o gol do time cearense) perdeu de vez a paciência com os jogadores, com inteira razão.

As seguidas falhas e a constante falta de criatividade do time é reflexo direto da falta de confiança que pairou sobre o time. No jogo de hoje, ninguém ousou virar a bola de um lado para o outro, pouquíssimos arriscaram um drible e raríssimos tentaram chutes de fora da áerea. O melhor exemplo disso é o zagueiro Werley. O jogador fez um excelente campeonato Mineiro e vinha bem na copa do Brasil. Bastou o time levar quatro gols do Grêmio Prudente e ele passou a falhar seguidamente. Hoje foi bisonho, assim como foi o resto do sistema defensivo do Atlético.

Após o término da partida, Luxemburgo e Kalil endossaram o mesmo discurso: reformulação a vista. O Atlético vai agir, vai mandar alguns embora e trazer outros. E para os que ficarem, Luxemburgo foi bem claro: essa falta de comprometimento que foi vista hoje não será mais tolerada. Concordo com ambos, porém volto a insistir que além de reforços, o time precisa de um bom psicólogo.

Na reestréia do Brasileiro, o Atlético já deve contar com Méndez, Daniel Carvalho e Obina. É claro que eles devem contribuir em qualidade para o time, porém Kalil precisa pensar em pelo menos um zagueiro e dois laterais. O Galo inexiste pelas pontas. O time não confia nos goleiros e os goleiros não confiam na defesa. Veremos qual será a solução da dupla Kalil / Luxa.


Já que aqui no Brasil está difícil, que tal tentar nos EUA ?


O Cruzeiro entrou em campo em Goiânia para enfrentar o lanterna do campeonato brasileiro, cuja campanha contabilizava ZERO vitórias, um empate e CINCO derrotas. Um ponto conquistado. Obrigação de ganhar ?? Talvez. Mas faltou um detalhe: o Atlético-GO tinha, segundo a Itatiaia, SEIS desfalques. E agora ? Será que o Cruzeiro tinha obrigação de ganhar ?

Todos sabem que a única coisa que resta para o Cruzeiro em 2010 é o Brasileiro. Porém, um time que almeja tal conquista tem OBRIGAÇÃO de ganhar (na pior das hipóteses empatar) de equipes chamadas de "pequenas". Embora os técnicos e dirigentes não assumam, quando é feito o planejamento encima da tabela de jogos, este tipo de jogo é aquele que se consideram certos os 3 pontos. Quando aparece um Cruzeiro x São Paulo , Cruzeiro x Atlético-MG , aí sim coloca-se a interrogação a frente do jogo. Mas é inadimissível ouvir o técnico interino do Cruzeiro, Emerson Ávila, dizer após o jogo: "o Atlético-GO foi melhor e total merecedor da vitória".

Camisa não ganha jogo, porém camisa traz obrigações. Os 11 jogadores que vestiram a camisa do Cruzeiro no jogo de hoje tinham obrigação de ganhar do Atlético-GO, por uma série de razões: o elenco é infinitamente superior, o investimento idem, a estrutura de treinamento também. Porém nada disso adianta se não houver comprometimento por parte dos jogadores e da comissão técnica. De que adianta ter Kléber em campo no Mineirão se seu desejo é estar longe dalí, mais precisamente no Palestra Itália ? Leonardo Silva, Jonathan, Marquinhos Paraná desaprenderam a jogar bola ? Claro que não. Talvez eles tenham perdido a vontade de jogar pelo Cruzeiro, algo comum em um grupo que é o mesmo há quase 3 anos. Por isso o time necessita de reforços. O chamado "ciclo" de alguns jogadores já se encerrou.

A parada para o mundial deve ser benéfica para o time celeste. Perrella terá tempo de procurar um treinador e algumas outras peças para o time. E de fazer compras nos EUA, onde o Cruzeiro fará uma série de amistosos.






quinta-feira, 3 de junho de 2010

Movimentação na Toca


Conforme previsto, Cruzeiro e Santos ficaram no empate no Mineirão. Pelo empate eu esperava, porém pela falta de gols não. Méritos para a criticada defesa celeste que desta feita fez belo jogo , impedindo pela primeira vez na temporada que os meninos da Vila balançassem as redes. E cada vez mais parece que o Santos perdeu a alegria de jogar, talvez pelos problemas recentes entre atletas/treinador.

Porém o mais interessante da noite não foi o jogo em sí, mas sim as repercussões dentro do Cruzeiro. Não precisou nem da derrota para Adílson se despedir: somente um empate bastou. Adílson é inteligente e íntegro o suficiente para perceber que não tem mais nada a oferecer ao Cruzeiro, devendo assim seguir seu rumo. Trata-se de um bom treinador, profissional exemplar e ótima pessoa, que ainda será um grande técnico, mas ainda não é o mais indicado para quem quer uma libertadores ou um brasileiro. Em dois anos e meio de posse de um dos melhores elencos do Brasil, ganhou apenas dois Mineiros.

Depois veio a notícia da negociação de Kléber com o Palmeiras, desejo forte e explícito do jogador desde a perda do título da Libertadores em 2009. Kléber há algum tempo já não tinha a cabeça centrada no Cruzeiro. Não vinha jogando bem. O Palmeiras deve fazer bem a ele e vice-versa (se ele realmente quizer jogar bola). Após a notícia de sua saída, Perrella disse que o Cruzeiro contrataria um substituto a altura do Gladiador e hoje oficializou Robert como o escolhido. É pegadinha ??

E agora professor ?


Deu a lógica no sul. O Galo perdeu mais uma fora de casa e entrou para a zona de rebaixamento do Brasileirinho. A pergunta que se faz a Luxemburgo é a seguinte: como recuperar um time que ganhou o mineiro, entrou com moral no Brasileiro e agora acumula 3 derrotas seguidas, sendo que dormirá pela primeira vez no ano na zona da degola ?

Talvez para a sorte do treinador, o campeonato será paralisado para a Copa já na próxima rodada. Quando a fase não está das melhores, nada melhor do que dar uma pausa e "reestreiar" na competição. Porém, Luxemburgo terá certo trabalho para elevar a confiança e a moral do grupo. Derrotas seguidas costumam ser um baque na confiança, naquela coragem de arriscar um drible, ou um chute de longa distância. Cabe ao treinador, com a ajuda de seu staff, devolver aos jogadores a crença de que eles podem sim ganhar os jogos daqui para frente.

O Atlético tem um time competitivo para ficar na chamada "primeira página" da tabela. Não é e nem será candidato a rebaixamento, porém para não ficar mais uma vez brigando nas posições intermediárias, terá que resolver dois problemas. O primeiro é a bola de cabeça na zaga. O segundo é a cabeça dos jogadores.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Palpites para a sexta rodada


GALO TENTA REGULAR FORA DE CASA

Jogo extremamente difícil para o Atlético, por diversos motivos. O Grêmio tem mais time, está jogando melhor e ainda joga no Olímpico, onde raramente perde. E para piorar, o Galo anda completamente perdido quando atua fora de casa. Luxemburgo treinou o time com 3 zagueiros, uma boa opção para tentar segurar o tricolor gaúcho. Porém as seguidas falhas nos últimos jogos não inspiram confiança na defesa alvinegra, motivo pelo qual é bastante difícil o Galo trazer algum pontinho do sul. Ao menos que Tardelli e Muriqui estajam em noite inspirada e consigam compensar com gols as mancadas do setor defensivo.

Palpite: 3 x 1 Grêmio

CRUZEIRO JOGA SUAS ÚLTIMAS FICHAS PARA EVITAR A "CRISE"

O jogo de logo mais no Mineirão vale muito mais do que 3 pontos para a raposa. Uma eventual derrota para o Santos representa a chegada definitiva da "crise" que ronda o time, além de tornar a situação do técnico Adílson Batista insustentável. A eliminação do mineiro, da libertadores e as últimas atuações do time distanciaram a torcida dos jogadores, tiraram a tranquilidade da diretoria e do time. Este é o cenário que define "crise" dentro do nosso futebol. Mais uma vez, Kléber está fora. Wellington Paulista também. Porém, para a sorte do time celeste, a situação do Santos já não é mais a mesma de algumas semanas atrás. A qualidade do futebol caiu, ao mesmo tempo em que a conexão entre Dorival e os jogadores foi quebrada com os recentes episódios de reclamações contra o técnico. Jogo que tem tudo para ser a noite dos goleiros.

Palpite: empate em 2 x 2